Ouça o Áudio
Gotas da chuva na vidraça me levam a refletir sobre o tempo — não o tempo do relógio, mas o que escorre por dentro da gente.
Sentado diante da janela, observo cada gota traçar seu próprio caminho, umas escorregam mais rápido, outras hesitam no meio do vidro, como se tivessem dúvidas sobre pra onde ir.

Parecem pessoas, não? Esse movimento parece semelhante? Já viu alguém assim?
Eu mesmo, tantas vezes me vi assim — parado, na dúvida, buscando coragem pra continuar — observando-as percebo o quanto somos parecidos com essas gotas.
A vida é esse vidro invisível onde deslizamos entre sonhos, medos, planos e silêncios.
Algumas vezes nos perdemos em meio a outras gotas, achando que estamos sozinhos. Outras vezes, nos misturamos e nos tornamos algo maior.

A chuva de hoje me ensinou que até as pausas têm beleza. Que não precisamos correr sempre, nem saber exatamente o destino.
Porque às vezes, o mais importante não é onde vamos parar — mas o caminho que fazemos até lá, gota por gota até que nosso riacho de sonhos e realizações esteja completo.
Quer ler/ouvir mais crônicas como essa? Comenta ai!